domingo, 28 de fevereiro de 2010

Na Internet nada se cria, tudo se copia


Peço desculpa, pessoas, mas meu texto de hoje será um tanto “irado”. Como vocês sabem, faz pouco tempo que aderi a essa onda de ter um blog. Demorei um pouco, pois estava amadurecendo a ideia, pensando no que escrever, em como inaugurar o meu espaço virtual.

Realmente a Internet foi uma revolução que proporcionou coisas novas e inéditas. Fiquei empolgada com essa coisa de blog. Desde que inaugurei o meu, passei também a visitar muitos blogs por ai.

E acabei constatando: na Internet nada se cria, tudo se copia. Fiquei impressionada de ver como o plagio dominou o mundo virtual. As pessoas simplesmente copiam frases, parágrafos e até textos inteiros de outros lugares e não citam a fonte. Tem gente que tem o blog inteiro só de plágios e faz de conta que os textos são de sua autoria. Fiquei me perguntando: Pra quê? O que leva uma pessoa a divulgar um blog se não é capaz de escrever os próprios textos? O povo adora copiar principalmente aqueles textos de auto-ajuda. Você encontra a mesma redação em dezenas de blogs. Chega a parecer piada.

Tenho a impressão de que as pessoas acham que a net é um mundo livre, sem lei. Gente, plágio é crime em qualquer meio de comunicação. Essa semana vi uma reportagem de um cara de Vinhedo que está sendo processado por diversas pessoas por postar textos plagiados em seu blog. Vergonhoso né?

Eu já tive trabalho meu plagiado por uma assessoria de imprensa e sei como é ruim você ver outra pessoa divulgando o seu texto como se fosse dela. É complicado lidar com esta situação. Por isso, garanto aos meus poucos, mas fiéis seguidores que no meu espaço sempre terão textos realmente meus. Qualquer citação de outro autor virá devidamente entre aspas e com a autoria garantida.

Leu um texto bacana e quer divulgar com os amigos no blog? Legal, mas não esquece de citar de onde tirou a ideia. Fico imaginando se as pessoas não se sentem mal de receber comentários e os parabéns por textos que ela não escreveu. Eu me sentiria falsa. Mas enfim, a ética ultimamente não anda muito na moda mesmo.

Galera, vamos ser mais originais! Use o seu espaço para criar, não tenha medo. Escrever é um exercício e você pode se surpreender com os resultados. Simplesmente tente. Chega de tanto plágio! É muito mais prazeroso receber comentários pelas suas criações do que recebe-las no lugar dos outros.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O Haiti é aqui!


Passada toda a comoção inicial causada pelo terremoto no Haiti, resolvi agora fazer minha análise do ocorrido e de como a imprensa (ao menos a brasileira) cobriu a situação.




Primeira observação a se fazer é que não sei como, mas ainda me causa espanto como a nossa mídia não consegue sair do trivial. Toda tragédia é a mesma história: sensacionalismo barato, drama, simplesmente não consegue sair do trivial.



Com a catástrofe do Haiti não foi diferente. A comoção pelos “coitados” dos haitianos, um povo tão sofrido e agora atingido por esta tragédia natural sem proporções. O que ninguém vê é que o Haiti é vitima há muitos anos de um terremoto sócio-econômico e que nada foi feito a respeito. Quando foi que a comunidade internacional voltou os olhos para aquele país antes de janeiro de 2010? Quando a imprensa (incluindo a brasileira) se preocupou em retratar o poço de miséria em que os “coitados” dos haitianos vivem? Agora o terremoto trouxe o questionamento inadiável: O que fazer com eles?



E como era de se esperar, aos poucos, a imprensa e a comunidade internacional vão esquecendo o Haiti até que a próxima catástrofe chacoalhe nossa memória novamente. Já faz parte da história humana se chocar, mas nada fazer para evitar novos dramas.



Como bem lembrou Beto Almeida, colunista da Agência Carta Maior, um dos poucos órgãos a dar uma cobertura um pouco mais reflexiva, a França, ex-colonizadora do Haiti, cobrou uma dívida dos haitianos, sob ameaça de intervenção armada, equivalente ao que hoje seria a quantia de 20 bilhões de dólares! Os EUA apoiaram todas as ditaduras mais sanguinárias que aquele país teve que suportar, como a da criminosa dinastia Duvalier que, ao ser derrotada pela luta do povo haitiano, fugiu com sua fortuna para os bancos da Suíça (http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4528&boletim_id=641&componente_id=10716)



Entre tantas outras coisas que vi pela mídia por aqui, outra coisa que me chamou a atenção foi a entrevista concedida pelo professor de história da USP, Osvaldo Coggiola concedeu à radio CBN (http://cbn.globoradio.globo.com/programas/jornal-da-cbn/2010/01/14/HAITI-FOI-O-PRIMEIRO-PAIS-DA-AMERICA-LATINA-A-CONQUISTAR-SUA-INDEPENDENCIA-EM-1809.htm). Ele relembrou a história daquele país, que foi o primeiro das Américas a conquistar sua independência. Coggiola destaca que o Haiti normalmente é lembrado por sua pobreza e não pela importância que teve com sua luta contra a exploração espanhola serviu de exemplo para as demais nações.



É isso ai: os haitianos não são “coitados”, são exemplo. Um povo que passou por tudo o que passou e que enfrenta a morte cantando. Não consigo acreditar que tem gente que não consiga deixar de olhar para o próprio umbigo nem por um minuto ao ver cenas como essas: gente que perdeu tudo, que ficou soterrada sem água e sem comida dias a fio, mas que saiu da poeira, cantando!



Tenho amigos que têm tudo: família, emprego, amigos, saúde, mas nunca estão contentes, vivem de reclamação. E claro: a culpa é sempre dos outros. Estão sempre dispostas a apontar o erro dos outros – da mãe, do chefe, dos amigos, dos companheiros (as), ex ou atuais. E os nosso erros, quando vamos ver? Quando vamos corrigi-los? A melhora da nossa vida depende só de nós mesmos.



Como já bem dizia Chico Xavier, a gente tem a família, o emprego, os amigos que merece. Então, pelo ao menos só por hoje, paremos de reclamar e pensar em nós mesmos por pelo menos cinco minutos e façamos uma oração enviando vibrações positivas ao povo do Haiti. Eles não precisam da nossa pena, eles precisam da nossa ajuda! Aproveite e agradeça a Deus por ter a sua família, os seus amigos, seu emprego, seu chefe, seus colegas de trabalho, aquela pessoa, que está sempre ali ao seu lado pra te apoiar mesmo você só cometendo besteiras. Agradeça a Deus por ter uma casa para retornar no fim do dia, após uma longa jornada de trabalho, após enfrentar transito e chuva, pois ao menos, você tem para onde ir. Aproveite para agradecer pela lição que Deus nos proporcionou por meio dos haitianos, um povo que sabe o verdadeiro sentido de um sorriso entre lágrimas.



Por fim, dedico este texto ao meu querido amigo Halisson Cabral, um dos heróis brasileiros que esteve no Haiti em missão militar quando o Brasil mandou a primeira leva de soldados em missão da ONU, assim que os conflitos estouraram. Só quem luta contra a morte sabe o quão bonita é a vida!


PS: Na foto, uma senhora de 70 anos, que foi resgatada uma semana depois do terremoto e que surpreendeu a todos ao sair dos escombros cantando.