terça-feira, 16 de novembro de 2010

Exercício de escrita

Este texto é um dos exercícios da aula de Psicologia da Educação deste semestre. O professor nos propunha o desafio de escrever textos de poucas linhas toda semana. Foi muito interessante e me fez retomar o exercício literário, há tempos por mim abandonado. Acho que este foi o meu melhor trabalho do semestre e quero compartilhar com vocês. O texto deveria ser criado a partir da frase "Eu tinha os pés nus na madrugada fria, eu gritava por meias", do conto "Primeira carta para além dos muros", de Caio Fernando Abreu. O resultado foi este:

Os olhos úmidos, o corpo trêmulo, a madrugada fria, a mão pesada sobre a boca.

A criança descobrindo o amor pelo caminho torto.
Amor, ódio, medo misturam-se à dor.
O pai, o amigo, o amante.
O sangue e o suor misturam-se na madrugada fria. Terminou. O corpo no chão.
Eu tinha os pés nus na madrugada fria, eu gritava por meias.
A voz não saia, ninguém escutou nada.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Fear

Peter woke up, it was so cold. He looked around. "Where am I?" was his first thought. He stared at the window and recognized the old curtain his mother made.

But... "What am I doing in the bathroom?" He tried to stand up, but wasn't strong enough.

Peter closed his eyes again. Maybe he was still dreaming. Five minutes more and he would get up ready for another day. He was tired, last night was very hectic. Just more five minutes...

Last night? Suddenly he remembered something. Where was the blonde? What happened? Why was it so cold? What am I doing in the bathroom? What hell am I doing in the bathroom?

Peter opened his eyes. "What happened?" was his first thought. He looked around. It was so cold. He stared at the window. "What am I doing in the bathroom?" He looked down, ice. Ice? What am I doing in a bath full of ice? What hell did he and that wonderful blonde do last night?

He closed his eyes. Oh the blonde, what was her name? Alice, no it wasn't Alice. Andrea! Yes, he was quite sure her name was Andrea. But where was she? Was she gone? Without a word? Women... who can understand them?

Peter opened his eyes again. Just now he felt the pain in his chest. What was that? He couldn't get up. He looked down; the water was red in some points. He stared at the window; he stared at the old courtain. "I'm home... but what happened?" He looked around. Oh the blonde let a note near the bath, and the phone was there too. "Oh my God!" He remembered the urban legends he used to listen since he was a teenager. Suddenly he began to understand what happened.  

Fear, fear, fear! He felt his heart was going to jump out his mouth. "Jesus! No it can't be possible. I'm too young to die." He couldn't believe that wonderful blonde had the courage to drug him and... oh my God and how come she had the courage to take his kidney off?

Fear, fear, fear! How would he live without a kidney? What to do? He breathed deeply and got the note:

Good morning dear Peter. Last night was incredible. Sorry I had to go.
Oh, right now you may have already noticed you misst a kidney. I left the phone, call the ambulance.
Now that you woke up and read this note you have few hours.

Fear, fear, fear! It was so cold. Jesus! He stared at the old courtain. "Oh my God, I'm going to die". FEAR!!! He closed his eyes...

Peter opend his eyes. It was so cold. "Where am I?" was his first thought. He looked around. What happened last night? He stared at the window. It took some seconds to realize that... of course he felt asleep at the office again. He rubbed his eyes and stared at the computer screen.

BE CAREFUL!!!

That was the spam message.

Peter closed his eyes for some seconds and opened it again. He decided not to open his mailbox ever again.

Texto publicado na Revista Yawp - Edição 3/2008, do Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humana (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP)

domingo, 13 de junho de 2010

A gente se acostuma


A gente se acostuma a acordar cada vez mais cedo e dormir cada vez mais tarde.

A gente se acostuma com o ônibus, trem e metrô cada vez mais lotados.

A gente se acostuma a pagar mais do que as coisas valem.
A gente se acostuma a pagar cada vez mais impostos e ter cada vez menos educação, saúde e transporte públicos.
A gente se acostuma a ver o dinheiro público ir parar nas malas, meias e cuecas.
A gente se acostuma a pagar o “cafezinho” do guarda pra se livrar da multa.

É, a gente se acostuma com a corrupção (grande e pequena) em todo lugar, e se acostuma achar natural, afinal ela é tipicamente brasileira.

A gente se acostuma à democracia do voto obrigatório e logo se acostuma a esquecer em quem votou.
A gente se acostuma com a democracia que permite a fome, a tortura, a perseguição.
Mas mesmo assim a gente se acostumou a chamar a nossa nação de “país do futuro”.
E agora vem a copa, já que a gente se acostumou a usar o futebol pra esquecer. Nada contra, adoro futebol e sim, vou torcer como todos os brasileiros, mas que a gente se acostuma a esquecer rapidinho como estamos na lama com uma copa do mundo, ah isso a gente se acostuma melhor do que ninguém.

A gente se acostuma

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Na Internet nada se cria, tudo se copia


Peço desculpa, pessoas, mas meu texto de hoje será um tanto “irado”. Como vocês sabem, faz pouco tempo que aderi a essa onda de ter um blog. Demorei um pouco, pois estava amadurecendo a ideia, pensando no que escrever, em como inaugurar o meu espaço virtual.

Realmente a Internet foi uma revolução que proporcionou coisas novas e inéditas. Fiquei empolgada com essa coisa de blog. Desde que inaugurei o meu, passei também a visitar muitos blogs por ai.

E acabei constatando: na Internet nada se cria, tudo se copia. Fiquei impressionada de ver como o plagio dominou o mundo virtual. As pessoas simplesmente copiam frases, parágrafos e até textos inteiros de outros lugares e não citam a fonte. Tem gente que tem o blog inteiro só de plágios e faz de conta que os textos são de sua autoria. Fiquei me perguntando: Pra quê? O que leva uma pessoa a divulgar um blog se não é capaz de escrever os próprios textos? O povo adora copiar principalmente aqueles textos de auto-ajuda. Você encontra a mesma redação em dezenas de blogs. Chega a parecer piada.

Tenho a impressão de que as pessoas acham que a net é um mundo livre, sem lei. Gente, plágio é crime em qualquer meio de comunicação. Essa semana vi uma reportagem de um cara de Vinhedo que está sendo processado por diversas pessoas por postar textos plagiados em seu blog. Vergonhoso né?

Eu já tive trabalho meu plagiado por uma assessoria de imprensa e sei como é ruim você ver outra pessoa divulgando o seu texto como se fosse dela. É complicado lidar com esta situação. Por isso, garanto aos meus poucos, mas fiéis seguidores que no meu espaço sempre terão textos realmente meus. Qualquer citação de outro autor virá devidamente entre aspas e com a autoria garantida.

Leu um texto bacana e quer divulgar com os amigos no blog? Legal, mas não esquece de citar de onde tirou a ideia. Fico imaginando se as pessoas não se sentem mal de receber comentários e os parabéns por textos que ela não escreveu. Eu me sentiria falsa. Mas enfim, a ética ultimamente não anda muito na moda mesmo.

Galera, vamos ser mais originais! Use o seu espaço para criar, não tenha medo. Escrever é um exercício e você pode se surpreender com os resultados. Simplesmente tente. Chega de tanto plágio! É muito mais prazeroso receber comentários pelas suas criações do que recebe-las no lugar dos outros.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O Haiti é aqui!


Passada toda a comoção inicial causada pelo terremoto no Haiti, resolvi agora fazer minha análise do ocorrido e de como a imprensa (ao menos a brasileira) cobriu a situação.




Primeira observação a se fazer é que não sei como, mas ainda me causa espanto como a nossa mídia não consegue sair do trivial. Toda tragédia é a mesma história: sensacionalismo barato, drama, simplesmente não consegue sair do trivial.



Com a catástrofe do Haiti não foi diferente. A comoção pelos “coitados” dos haitianos, um povo tão sofrido e agora atingido por esta tragédia natural sem proporções. O que ninguém vê é que o Haiti é vitima há muitos anos de um terremoto sócio-econômico e que nada foi feito a respeito. Quando foi que a comunidade internacional voltou os olhos para aquele país antes de janeiro de 2010? Quando a imprensa (incluindo a brasileira) se preocupou em retratar o poço de miséria em que os “coitados” dos haitianos vivem? Agora o terremoto trouxe o questionamento inadiável: O que fazer com eles?



E como era de se esperar, aos poucos, a imprensa e a comunidade internacional vão esquecendo o Haiti até que a próxima catástrofe chacoalhe nossa memória novamente. Já faz parte da história humana se chocar, mas nada fazer para evitar novos dramas.



Como bem lembrou Beto Almeida, colunista da Agência Carta Maior, um dos poucos órgãos a dar uma cobertura um pouco mais reflexiva, a França, ex-colonizadora do Haiti, cobrou uma dívida dos haitianos, sob ameaça de intervenção armada, equivalente ao que hoje seria a quantia de 20 bilhões de dólares! Os EUA apoiaram todas as ditaduras mais sanguinárias que aquele país teve que suportar, como a da criminosa dinastia Duvalier que, ao ser derrotada pela luta do povo haitiano, fugiu com sua fortuna para os bancos da Suíça (http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4528&boletim_id=641&componente_id=10716)



Entre tantas outras coisas que vi pela mídia por aqui, outra coisa que me chamou a atenção foi a entrevista concedida pelo professor de história da USP, Osvaldo Coggiola concedeu à radio CBN (http://cbn.globoradio.globo.com/programas/jornal-da-cbn/2010/01/14/HAITI-FOI-O-PRIMEIRO-PAIS-DA-AMERICA-LATINA-A-CONQUISTAR-SUA-INDEPENDENCIA-EM-1809.htm). Ele relembrou a história daquele país, que foi o primeiro das Américas a conquistar sua independência. Coggiola destaca que o Haiti normalmente é lembrado por sua pobreza e não pela importância que teve com sua luta contra a exploração espanhola serviu de exemplo para as demais nações.



É isso ai: os haitianos não são “coitados”, são exemplo. Um povo que passou por tudo o que passou e que enfrenta a morte cantando. Não consigo acreditar que tem gente que não consiga deixar de olhar para o próprio umbigo nem por um minuto ao ver cenas como essas: gente que perdeu tudo, que ficou soterrada sem água e sem comida dias a fio, mas que saiu da poeira, cantando!



Tenho amigos que têm tudo: família, emprego, amigos, saúde, mas nunca estão contentes, vivem de reclamação. E claro: a culpa é sempre dos outros. Estão sempre dispostas a apontar o erro dos outros – da mãe, do chefe, dos amigos, dos companheiros (as), ex ou atuais. E os nosso erros, quando vamos ver? Quando vamos corrigi-los? A melhora da nossa vida depende só de nós mesmos.



Como já bem dizia Chico Xavier, a gente tem a família, o emprego, os amigos que merece. Então, pelo ao menos só por hoje, paremos de reclamar e pensar em nós mesmos por pelo menos cinco minutos e façamos uma oração enviando vibrações positivas ao povo do Haiti. Eles não precisam da nossa pena, eles precisam da nossa ajuda! Aproveite e agradeça a Deus por ter a sua família, os seus amigos, seu emprego, seu chefe, seus colegas de trabalho, aquela pessoa, que está sempre ali ao seu lado pra te apoiar mesmo você só cometendo besteiras. Agradeça a Deus por ter uma casa para retornar no fim do dia, após uma longa jornada de trabalho, após enfrentar transito e chuva, pois ao menos, você tem para onde ir. Aproveite para agradecer pela lição que Deus nos proporcionou por meio dos haitianos, um povo que sabe o verdadeiro sentido de um sorriso entre lágrimas.



Por fim, dedico este texto ao meu querido amigo Halisson Cabral, um dos heróis brasileiros que esteve no Haiti em missão militar quando o Brasil mandou a primeira leva de soldados em missão da ONU, assim que os conflitos estouraram. Só quem luta contra a morte sabe o quão bonita é a vida!


PS: Na foto, uma senhora de 70 anos, que foi resgatada uma semana depois do terremoto e que surpreendeu a todos ao sair dos escombros cantando.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Essa louca chamada Esperança

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano



Vive uma louca chamada Esperança


E ela pensa que quando todas as sirenas


Todas as buzinas


Todos os reco-recos tocarem


Atira-se


E


— ó delicioso vôo!


Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,


Outra vez criança...


E em torno dela indagará o povo:


— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?


E ela lhes dirá


(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)


Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:


— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Mário Quintana


Ano novo, vida nova. Novos projetos, ou melhor, antigos projetos que finalmente saem da imaginação e entram em prática. Finalmente, estou cumprindo a promessa que fiz a muitos amigos e a mim mesma de voltar a escrever e inaugurar meu blog. Tudo bem que um pequeno acidente ocorrido na última sexta e que me obriga a estar imobilizada em casa está me ajudando, e muito, a finalmente cumprir esta promessa.


E pra iniciar, resolvi compartilhar com vocês minhas reflexões dos últimos dias de 2009 e os primeiros de 2010. E tenho que confessar que terminei 2009 com um pessimismo que quem me conhece dirá “essa não é a Carol”. Eu simplesmente não estava no clima “natal-anonovo” que invade as pessoas nesta época do ano. Passei a me perguntar por que as pessoas ficam tão boazinhas no natal, todo mundo ama todo mundo, todos querem o bem de todos. No ano novo todo mundo promete um monte de coisas, todo mundo quer ser uma pessoa melhor. É um exagero de “esperança” que chega a dar raiva. Ai no dia 2 todo mundo volta a ser exatamente como era antes: egoísta, orgulhoso, briga com todo mundo, joga lixo na rua, xinga os outros no trânsito, fala mal do ex namorado (a), culpa Deus e todo mundo por seus problemas. Mas simplesmente não faz nada para mudar. O ser humano simplesmente é tão mesquinho que simplesmente não enxerga que mudar sua vida depende única e exclusivamente dele mesmo. Quer um mundo melhor? Comece por muda-lo você. Primeiro mude seus pensamentos e depois suas atitudes!!!
Foi ai, lá pelo dia 28, caminhando pela praia que eu me dei conta de que eu tinha virado um desses seres humanos: simplesmente deixei o meu sorriso de lado para reclamar da vida. Tive medo de mim mesma. Estava enxergando só o lado ruim das coisas. Na minha visão 2009 tinha sido um ano “daqueles”. Tempos difíceis no trabalho com a passagem de uma diretoria para outra, bastante stress. Minha melhor amiga passou por situações bastante difíceis do outro lado do mundo e eu aqui, sem poder fazer muita coisa a não ser mandar minhas palavras de conforto, o Supremo Tribunal Federal acabou com a obrigatoriedade do diploma do jornalismo (e quem é profissional e suou para estudar numa boa universidade sabe o quanto isso foi um retrocesso para a carreira e para a sociedade). A USP enfrentou mais uma greve sem sentido e sem resultados, vimos mais uma vez e bem de perto a ditadura Serra em ação com a invasão da policia militar no campus. E de quebra a greve atrapalhou as minhas aulas de dança do ventre. Ensaiar na raia ao ar livre com chuva e muito frio acabou não dando certo e tive que parar por alguns meses. Meu pai deu dois grandes sustos na família, problemas de saúde. Teve de fazer uma cirurgia cardíaca às pressas. Meu cachorro também passou por uma cirurgia delicada e no fim do ano quase morreu devido a um tumor. Em outubro, um hacker invadiu o site do meu trabalho e fez o maior estrago. Isto me tirou noites de sono e até hoje estamos consertando a bagunça causada. Por fim, em dezembro terminei mais um relacionamento. Estava com uma pessoa que me fazia muito bem e feliz. Alguém que mexeu comigo logo no primeiro olhar e nós dois dizíamos ter a sensação de nos conhecermos há anos. O que aconteceu? A falta de comunicação (e olha que são dois jornalistas), o orgulho e os traumas do passado falaram mais alto que os sentimentos. Fim de caso.
Enquanto caminhava em companhia do mar, fiz a seguinte observação: eu tenho duas opções – reclamar da vida, me sentir triste por ela não estar sendo exatamente como que queria, ou simplesmente mudar o ângulo das coisas e recuperar a alegria de viver que me contagiou no começo de dezembro e que eu simplesmente, por opção própria, deixei escapar das minhas mãos, deixei me levar pelos pensamentos negativos e por chateações que hoje vejo como foram pequenas diante de uma vida toda por viver. Então reavaliei 2009: o trabalho vai bem obrigada, novos projetos profissionais em vista, reconhecimento, fiz tanta coisa. O hacker agora é problema da policia. Eu tenho que me preocupar com o novo site que estará pronto em breve. Minha amiga veio para o Brasil no fim do ano, matamos a saudade, e pudemos nos ajudar e ficarmos bem (né, Ma?). A cirurgia do meu pai foi excelente e ele está se recuperando super bem. Meu cachorro? Esse, eu cheguei à conclusão de que tem sete vidas, sobreviveu a mais uma, eita bichinho forte rsrs. No quesito relacionamento: bem, percebi que estava me culpando por coisas que não fiz. Percebi que sim, neste quesito 2009 valeu, sim, muito a pena. Eu finalmente consegui enterrar lembranças dolorosas do passado e consegui me sentir livre e com vontade de dizer: “Ei você, eu gosto de você” de novo. Há tanto tempo eu não tinha essa sensação – para ser mais exata – uns três anos. Aprendi muita coisa e decidi que se eu tiver que guardar alguma coisa que sejam as boas lembranças dos bons momentos, que aliás foram mais e maiores do que o “stress” final (assim mesmo entre aspas porque o stress na verdade nem chegou a acontecer). Enfim, cheguei à conclusão de que eu tinha muito mais coisas para sorrir do que para chorar e, por que não (?) renovar as esperanças para 2010. E tem tanta coisa que eu quero fazer: inaugurar o blog, voltar a escrever, minha festa de 30 anos, conhecer Curitiba, dar entrada no meu carro, montar o meu quebra-cabeça, ver o meu Timão na Libertadores, dançar, dançar, dança... e outras milhares de coisas boas.


Decidi então que desta vez na virada do ano eu não iria pedir, iria simplesmente agradecer. Agradecer por tudo de bom que eu vivi até aqui, agradecer pela família e pelos amigos que tenho, agradecer simplesmente por estar viva e poder sentir a brisa do mar tocando meu rosto. Só pedi uma única coisa: Que Deus me dê forças para que eu nunca mais volte a ser aquela chata pessimista do final do ano.
Na ultima sexta-feira eu voltava para o trabalho depois do almoço e vinha pensando em tudo isso e em como transformaria estes sentimentos em palavras quando de repente me vi no chão com um carro em cima do meu pé. Dor, medo e um grito desesperado vindo do fundo do âmago: Deus do céu, faça com que ele não venha mais para frente. Sim, eu fui atropelada. Meus amigos eu comecei 2010 no hospital com uma baita sinusite e fui parar de novo no hospital com uma baita dor no pé.
Mudei de opinião? Não, pelo contrário. Esse atropelamento só veio reforçar o quanto a vida é maravilhosa, mas é também frágil e não devemos gastar nosso tempo com pensamentos ruins. Você quer um mundo diferente? Comece por muda-lo você! Experimente deixar o “ei você, eu gosto de você” tomar conta do seu espírito, experimente pedir desculpas ao invés de apenas exigi-la. Você quer que te amem? Então saiba amar e amar significa que sim, a pessoa vai mancar com você algumas vezes, mas você também dá mancada, e muitas (e na maioria das vezes nem percebe isso). Sabe aquele amigo que faz tempo que você não fala? Agora é a hora de telefonar para saber como ele está. Errou? A melhor hora para pedir perdão é agora. Mandou aquela pessoa embora, mas percebeu que sente falta dela? Agora é a hora de dizer “volta”. Agora é a hora de viver!!! Triste daquela pessoa que usa o presente para lembrar do passado o tempo todo, triste é a pessoa que escolhe o orgulho como companheiro, e vive simplesmente para apontar os erros dos outros, deleta pessoas e momentos especiais porque não sabe o verdadeiro sentido de “conviver”. Porque essa pessoa pode viver mil relacionamentos na vida, pode estar rodeada por mil amigos, pode ter dinheiro, pode ter o melhor emprego do mundo, mas vai sempre se sentir sozinha porque só enxerga o lado ruim de tudo e de todos!
E amigos: a hora de ter esperança é agora! E que venha 2010 com todas as boas surpresas, com os desafios e com as oportunidades! Você nunca sabe quando um carro vai te pegar lá na esquina. E posso dizer para vocês, a minha pode estar jogada lá no chão (como ela realmente ficou na sexta-feira), mas vai estar sussurrando com todas as forças: ES-PE-RAN-ÇA!

Feliz 2010 a todos!!!